LIDERANÇA
O conceito de liderança
A liderança é um conceito controverso e de difícil definição. No contexto da administração, a liderança pode ser definida como processo social de dirigir e influenciar o comportamento dos membros da organização, levando- os à realização de determinados objetivos. Três elementos podem ser destacados nessa definição de liderança - pessoas, poder e influência.
Em primeiro lugar a liderança envolve pessoas com disposição para seguir as orientações de um líder. Como vimos na análise de poder organizacional, a liderança envolve o reconhecimento de uma relação entre os líderes e seus subordinados. Sem a percepção e o reconhecimento dessa relação por parte dos liderados, não existiria o papel do líder. Por outro lado, a liderança é um conceito relacionado ao uso do poder por parte do líder e envolve uma distribuição desigual desse último. Implícita, na definição de liderança, está a alocação do poder nas mãos de uma ou de poucas pessoas - os líderes -, mesmo que os outros membros organizacionais tenham alguma forma de poder. Por último, a liderança é capacidade de usar o poder para influenciar o comportamento dos seguidores.
Os administradores que buscam alcançar a liderança em uma organização podem fazer uso dos tipos de poder legítimos, anteriormente discutidos, mas também podem usar as estruturas informais. O fato é que os administradores que ocupam a mesma posição formal na estrutura organizacional podem se diferenciar no que confere à sua capacidade de liderar.
Existe, assim, uma diferença substancial entre administradores e líderes. A influência dos administradores é consubstanciada à autoridade formal determinada pela posição que ocupam na estrutura organizacional. Um bom administrador, apto a planejar, organizar e controlar bem pessoas e recursos, pode não ser um bom líder. Os líderes vão além da autoridade formal, motivando as pessoas a desempenhar tarefas além daquelas formalmente definidas. Essa capacidade de motivar, de gerar entusiasmo e comprometimento por parte das pessoas estabelece a diferença entre o líder e o administrador. É natural, então, compreender o interesse da organização em estimular o desenvolvimeno da liderança em seus funcionários. Igualmente, é importante alertar que a capacidade de liderança deve estar associada a importantes reflexões éticas.
Por: Felipe Sobral e Alketa Peci
Estilos de Liderança
Três Estilos foram identificados:
Estilo autocrático: caracteriza-se pela centralização da autoridade e do processo de tomada de decisão, pela determinação autoritária da forma e dos métodos de trabalho e pela baixa participação dos funcionários.
Estilo democrático: distingui-se pela participação e envolvimento dos funcionários no processo de tomada de decisões, pela delegação da autoridade e pela decisão em conjunto da forma e dos métodos de trabalho. Esse estilo pode ser consultivo ou participativo - o líder democrata-consultivo escuta as opiniões dos membros organizacionais , mas toma a decisão, enquanto o democrata-participativo permite a participação no próprio processo de tomada de decisão.
Estilo laissez - faire: evidencia-se pela total liberdade dada aos funcionários para decidir e executar o trabalho da forma como acharem correto. A única função do líder é responder as dúvidas e disponibilizar os recursos necessários.
Os pesquisadores ainda procuram compreender qual dos três estilos era o mais eficaz.concluindo que laissez- faire é ineficaz em todos os casos estudados, quando comparado aos outros dois estilos de liderança. Outra conclusão foi a de que tanto os líderes autocráticos como os democráticos realizavam a mesma quantidade de trabalho, porém os democráticos conseguiam maior qualidade e satisfação no trabalho. Outros estudos posteriores conseguiram resultados mistos no que tange ao desempenho atingido sob os dois estilos de liderança autocrático e democrático. No entanto, confirmaram que o estilo democrático era capaz de conseguir melhores níveis de satisfação dos funcionários que o estilo autocrático.
Será que a conclusão óbvia desses estudos é que o estilo de liderança a ser privelegiado deve ser o democrático? Robert Tannenbaum e Warrem Schmidt tentaram responder a essa indagção , e desnvolveram um continuum de comportamentos de lidernaça que variam de um estilo autocrático até um estilo laissez-faire , na figura abaixo.
Os autores argumentam que, no longo prazo, o estilo democrático era mais eficaz , porque favorecia a maior motivação, a qualidade de decisão e a moral da equipe. No entanto, três conjuntos de forças deveriam ser considerados pelo administrador para escolher o estilo de lidernaça adequado.
- Forças do administrador: ele deve escolher o estilo de liderança no qual se sente mais confortável, e isso depende de fatores como sua experiência, seus valores ou seu conhecimento, entre outros.
- Forças dos subordinados: as características dos funcionários também influenciam a adoção do estilo de liderança mais adequado, ou seja, sua maturidade, responsabilidade, experiência, entre outras.
- Forças situacionais: características situacionais internas e externas, como a cultura organizacional, a pressão do tempo e o grau de estruturação da tarefa, também influenciam a eficácia do estilo de liderança.
Fonte: Felipe Sobral e Alketa Peci , Administração: Teoria e Prática no Contexto Brasileiro.
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